Thursday, May 15, 2008

Guerrilheiros invadem a UCPel

Marketing de Guerrilha é o tema da palestra organizada por alunas da Comunicação Social

Na próxima segunda-feira (19 de maio) os alunos da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) poderão conhecer uma forma alternativa de divulgação. Publicitários da agência Mazah - Live Marketing, de Porto Alegre, vêm ao Campus II da UCPel falar sobre a prática e as experiências com marketing de guerrilha. A Mazah foi considerada Empresa de Promoção do Ano no Prêmio Colunistas Promoção. As inscrições para a palestra são gratuitas, exceto para quem quiser certificado (neste caso, o custo é de cinco reais).

O evento é o projeto experimental de duas alunas do curso de Publicidade e Propaganda. A intenção de Lorena Trápaga e Priscila Krolow é explicar o que é esse tipo de marketing. "Quando se fala em propaganda, as pessoas sempre pensam em televisão, anúncio no rádio", diz Trápaga.

Alexandre Godoy, responsável pelo planejamento e gerência de projetos da Mazah, diz que o atual estilo de vida do consumidor exige uma mudança de estratégia. "As opções, antes estanques (radio, tv, jornal, outdoor), hoje são multifragmentadas. O consumidor tem controle remoto na mão, anti-pop up no PC, dial na direção e uma crescente rejeição a propaganda." No marketing de guerrilha "tu fazes parte da mídia, porque sem o público ele não faz sentido", segundo Trápaga. Para ela, o fato de interagir com a mídia é marcante para o consumidor.

Embora ainda não seja um formato largamente utilizado, o primeiro registro do termo é de 1982, quando foi publicado o livro Marketing de Guerrilha. O autor, Jay Conrad Levinson, diz que pequenas empresas empreendedoras são diferentes de empresas grandes. Por isso - e pelo orçamento limitado - devem buscar outras formas de marketing, não-convencionais. Uma das características do marketing de guerrilha é o custo baixo. "É fácil ser criativo com custo alto", diz Trápaga.

Criatividade inversamente proporcional ao custo?

O publicitário Gabriel Klein concorda com Trápaga. "Quando não há verba, temos que usar da criatividade para aparecer. É muito fácil fazer propaganda quando se tem verba: atola-se a mídia e compra-se espaço em todos os lugares." E foi a falta de recursos que levou Klein a divulgar um dos curtas que dirigiu através de ações de guerrilha.

Em dezembro de 2006, quando ainda eram universitários, Klein e colegas do curso de Publicidade e Propaganda da Unisinos divulgaram o filme Machina Sapiens colando adesivos pela cidade.

O feedback da divulgação pôde ser notado através da Internet. As visitações ao blog do filme aumentaram depois das ações de guerrilha. Atualmente, o número de acessos ao curta no YouTube é de 4.869, e a comunidade do filme no Orkut tem 120 membros.

Divulgação adequada

No caso da palestra, não poderia ser diferente. Nada mais adequado que o próprio marketing de guerrilha para anunciar o evento aos alunos da Comunicação Social, que engloba os cursos de Publicidade e Propaganda, Jornalismo, Design de Moda e Produção Fonográfica.

Balões-surpresa marcaram a primeira ação utilizada para divulgar a palestra. Durante o intervalo, balões cheios de balas e flyers foram pendurados pelas salas de aula. Na lousa, a mensagem: "O que tem dentro do balão? Descubra..."

Os alunos, em algumas salas, tiveram receio em descobrir. Mas os mais curiosos responderam ao estímulo, estouraram o balão e distribuíram os flyers - e as balas - aos colegas.

Dia 19 de maio, os alunos poderão não apenas assistir à palestra, como também participar de um concurso. A proposta é criar uma ação de guerrilha para um cliente ainda não divulgado. O vencedor da competição ganha um estágio voluntário de um mês na Mazah - Live Marketing e pode ter sua criação executada pelo cliente. Todos os participantes do concurso ganham certificado.

Ainda falta guerrilha na academia

Assim como na divulgação da palestra sobre marketing de guerrilha, outros elementos curiosos têm sido distribuídos pelo Campus II da UCPel. Os cubos mágicos espalhados pelo prédio fazem parte da estratégia utilizada pelos alunos Júlio Quadrado, Mateus Costa e Tomás dos Passos, também do curso de Publicidade e Propaganda, para divulgar seu projeto, que só será revelado dia 16 de maio. "Optamos por uma mídia alternativa com o objetivo de despertar a curiosidade de outros comunicadores", diz Costa.

Embora estudantes utilizem ações de guerrilha para divulgar seus projetos, o tema ainda não é muito discutido na sala de aula. "As discussões sobre marketing de guerrilha praticamente não existem", diz Costa, que atribui o espaço que o assunto vem ganhando na universidade a iniciativas dos alunos.

Para Godoy, o motivo da ausência dessa discussão nada tem a ver com a "idade" da prática. "Quem diz que a guerrilha não está na academia porque ela é uma 'disciplina nova' está enganado. A questão é que a guerrilha sempre foi marginalizada enquanto as estratégias convencionais funcionaram." Para o publicitário, o estudo das ações de guerrilha na universidade pode fortalecer a prática, já que na sua opinião a faculdade não deve formar diretores de arte ou redatores, "ela tem que formar criativos."

Fotos: Karina Peres

2 comments:

Anonymous said...

ADOREI ;D

ândria Halfen, said...

a minha cara tá algo na foto!! hauahuha

:D