Sunday, June 15, 2008

Operação Novelo é prorrogada

Quem ainda não participou da campanha, tem até dia 20 de junho para doar novelos

A Operação Novelo, campanha organizada por alunos do curso de Comunicação Social da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), foi prorrogada pela segunda vez. A campanha, que inicialmente se encerraria em 30 de maio, já havia sido prorrogada para dia 10 de junho. Em virtude da última prorrogação, a doação de novelos poderá ser feita até dia 20 de junho.

A idéia da Operação Novelo surgiu para um trabalho da disciplina de Comunicação Comunitária e Cidadania, ministrada pela professora Cristina Porciúncula. Para a aluna Daiane Roldão, que integra o projeto, ele é importante porque está "estimulando ações sociais, é um trabalho comunitário e que desenvolve o conceito de cidadania."

Tricotando

A presidente do Bouquet do Amor - um dos grupos de tricoteiras que vai transformar os novelos doados em roupas para crianças carentes - Maria Eulalie Fernandes concorda com Roldão. "Essa turma está fazendo uma campanha que serve de incentivo a outros jovens, para que se engajem socialmente", diz Fernandes. Em campanha feita anteriormente por este grupo, foram arrecadados 18.941 novelos.

Quem também vai transformar a matéria-prima recebida pela Operação Novelo em roupas infantis são as senhoras do Centro de Extensão em Atenção à Terceira Idade (Cetres). Para a coordenadora do grupo de tricô do Cetres, Jussara Guido Bernardes, a ação também é um incentivo ao trabalho que o grupo executa. "Estou achando maravilhoso participarmos desta campanha porque essa ação é um incentivo ao nosso trabalho." As integrantes do Cetres - programa ligado à UCPel - estiveram presentes na abertura oficial do projeto, ocorrida no dia 16 de abril no saguão do campus II da universidade.

Lançamento da Operação Novelo ocorreu em 16 de abril, no Campus II da UCPel

Desfile

O encerramento da campanha será no estande da UCPel na Fenadoce e vai contar com um desfile de roupas infantis. "Tem três alunos do curso de Tecnologia em Design de Moda [da UCPel], orientados por uma professora, fazendo as peças de roupa", diz Gabriela Zago, aluna que integra a organização da Operação Novelo. No encerramento também será feita a entrega simbólica dos novelos aos grupos de tricoteiras responsáveis por confeccionar as roupas.

Em tempo

Quem ainda não deu sua contribuição à campanha, pode fazê-lo até a próxima sexta-feira (20 de junho) nos pontos de coleta. As caixinhas que recebem doações para a Operação Novelo podem ser encontradas na Loja Camminata, Posto Dom Joaquim, Casa da Vovó, Loja Buraco D'agulha e Campus II da UCPel.


Mais: Blog da Operação Novelo | Operação Novelo no Twitter

Mesmo sem o prêmio, apresentação da Maratona é considerada boa

Trabalhos Maratona de Cinema da Z-3 e Relação dos Zetrezenses com o Cinema não levam o primeiro lugar na competição

Embora as apresentações dos trabalhos Maratona de Cinema da Z-3 (evento) e Relação dos Zetrezenses com o Cinema (pesquisa) tenham sido avaliadas positivamente, nenhum deles levou o primeiro prêmio no Expocom Sul 2008.

A experiência, porém, foi válida e marcante. Ambas apresentações estavam marcadas para às 13h20 do primeiro dia de evento, 29 de maio. O ônibus que levou os alunos da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) à Guarapuava/PR - que sediou o congresso - chegou à cidade às 13h! "Passamos no hotel, banho rapidíssimo, e nos tocamos de táxi - e os táxis demoram mto a chegar por aqui!", conta Bianca Zanella, que junto com Aline Reinhardt foi defender os trabalhos na competição.

Outros problemas

Antes mesmo da saída de Pelotas rumo a Guarapuava, se sabia que haveria problemas a resolver quando se chegasse na Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro). O evento Maratona de Cinema da Z-3 ficou inscrito na categoria pesquisa.

Para resolver a falha sem perder o horário da apresentação, ao chegar na universidade Reinhardt e Zanella se dividiram: "enquanto a Aline [Reinhardt] foi procurar a coordenação do Expocom para acertar aquele problema da categoria, eu fui fazer nosso credenciamento e procurar a sala", diz Zanella.

Uma das coordenadoras do Expocom, Iris Yae Tomita, foi muito receptiva e resolveu o problema de inscrição. Tomita já havia sido procurada alguns dias antes do evento, por isso já esperava a equipe da Maratona - bem como outros alunos - para resolver essas questões.

Pontualidade não foi comprometida

Devido a problemas no projetor multimídia, as apresentações atrasaram - mas a equipe da Maratona não. As gurias chegaram à sala com tempo de sobra, pois a organização do Expocom demorou a providenciar outro datashow.

Apresentação

"Nosso projeto foi super elogiado, apresentamos em seqüência (Relação dos Zetrezenses com o Cinema e Maratona de Cinema da Z-3). Teve um baita interesse do público, que fez várias colocações interessantes, e, depois, até vieram falar conosco em 'off'", conta Zanella.

Poucas e falsas expectativas

Não se esperava que a pesquisa Relação dos Zetrezenses com o Cinema ganhasse o primeiro lugar, pois "tinha umas pesquisas muito boas mesmo", diz Reinhardt. Segundo Zanella, "houve apresentações bem mais precisas do que a nossa, mas a Relação dos Zetrezenses com o Cinema foi a única que teve uma aplicação prática."

Quanto à Maratona, porém, a organização estava confiante, pois de acordo com o quadro de ensalamentos enviado pela equipe do Expocom Sul, não havia trabalhos inscritos na categoria Evento. Ao conseguir transferir a Maratona de Cinema da Z-3 para esta classificação, cresceu a expectativa de levar o prêmio.

No entanto, parece que não foi só com a Maratona que aconteceu essa falha. "Tinha uns seis eventos inscritos, todos em categorias diferentes", conta Reinhardt - que não ganhou com os trabalhos relacionados à Maratona, mas levou o prêmio Produto Interpretativo com a série Trânsito e Cidadania. Outros trabalhos vencedores, apresentados por alunos da UCPel, podem ser vistos no blog Cobertura Intercom Sul 2008.

Foto: Cobertura Intercom Sul 2008

Essa matéria foi postada originalmente no blog Maratona de Cinema da Z-3.

Monday, May 26, 2008

Crimes marcam Parada Gay em São Paulo

12ª edição do evento registra recorde de roubos e furtos

A Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, ocorrida no domingo (25 de maio), lotou a Avenida Paulista. Segundo a Polícia Militar, 3,5 milhões de pessoas prestigiaram o evento, mesmo número registrado em 2007. O número de crimes, porém, aumentou significativamente nesta edição.

Entre roubos e furtos, o aumento no número de crimes em relação a 2007 foi de 78%.
"Neste ano a vio­lência está pior do que nos ou­tros. Havia dois policiais ao lado que nem chegaram a ver o furto", diz a estudande Marina Gonçalves, que teve o celular e a máquina fotográfica roubados.

Para o coronel Álvaro Camilo, responsável pelo policiamento do evento, o aumento se deve ao tempo de permanência do público nas ruas. A liberação das vias pelas quais passava a parada atrasou: a reabertura da avenida Paulista, prevista para as 18h, só aconteceu às19h40; a rua da Consolação, que deveria ficar interditada até às 19h30, teve o trânsito liberado às 23h.


Outras complicações

Não foram apenas os roubos e furtos que prejudicaram a 12ª edição da Parada do Orgulho Gay. Os postos médicos não comportaram o número de pessoas que precisaram de socorro, e algumas delas foram atendidas no chão por falta de macas. O funcionário do trio elétrico do Sindicato dos Enfermeiros Rubens Martins, de 56 anos, foi atropelado pelo trio e teve a perna amputada. Também houve relatos de consumo de drogas e vandalismo durante a parada.

Thursday, May 15, 2008

Análise de site corporativo

Análise do site do Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (SANEP), de acordo com as heurísticas propostas por Cláudia Dias em Heurísticas para Avaliação de Usabilidade em Portais Corporativos.


Heurística 1 - Visibilidade e reconhecimento do estado ou
contexto atual, e condução do usuário

Os links estruturais permanecem à esquerda do conteúdo durante a navegação, mas não é mostrado ao usuário o caminho que ele percorreu para chegar à informação.

O menu à esquerda é organizado em grupos, e no topo de cada conteúdo é informado apenas a que grupo pertence aquela página. Isso funciona como caminho quando o link está visível no menu estrutural, mas como são usados menus popup para algumas informações, nestes casos o título do grupo não informa exatamente o caminho.

Acima do conteúdo, são mostrados o título do grupo (Água) e o título do conteúdo (Consumo), o que não pode ser considerado caminho por suprimir o link Informe.

Os links externos estão dispostos no menu à direita (grifo em verde), portanto identificados de forma diferente; embora entre eles haja também links internos, estes links internos estão presentes nos dois menus. O logo da instituição está sempre visível, no canto superior esquerdo da página (grifo em laranja). Não há serviço de busca.

No menu à direita, links externos dividem espaço com links internos como "Licitações"


Heurística 2 - Projeto Estético e Minimalista


As cores utilizadas são o azul (títulos e links) e o preto (texto). A caixa alta não é usada, os níveis se definem pelo uso ou não de negrito e pelo detalhe no layout.

São usados menus popup horizontais, que não deixam as opções sempre visíveis. Não há indicação da presença de menu popup nos links que os têm (como uma seta, por exemplo). Para os menus abrirem, basta pousar o cursos sobre o link, o que pode atrapalhar a navegação se o mouse "passar" por um link acidentalmente.

Os diferentes tipos de informações estão agurpados, como aconselha Dias. Porém, os serviços que podem ser executados pelo usuário - talvez o mais importante no site - estão localizados na parte inferior do menu, e precisam de uma rolagem para serem vistos.

É necessária uma rolagem para ter acesso ao menu Serviços (grifos em laranja).

O cabeçalho do site é animado, e assim se mantém durante toda a navegação. Porém, sua composição é leve e de acordo com o padrão de cores do site, não distraindo o usuário.

Heurística 3 - Controle do Usuário

O usuário precisa memorizar o caminho às informações - ou procurá-lo novamente -, pois o site não deixa claro em todos os casos. O acesso à página principal, através do logo no canto superior esquerdo, está sempre visível. Não há sistema de busca. Todos os conteúdos apresentam opção de impressão (abaixo do conteúdo).

Em muitos momentos o site abre janela adicional. Para melhor visualização de fotos e segunda via da conta de água, por exemplo. No caso da segunda via, ainda são necessários mais dois cliques para finalizar a tarefa (incluindo a inserção dos dados).

Passos para a aquisição da segunda via da conta de água (grifos em laranja, mostrando os cliques necessários)


Heurística 4 - Flexibilidade e Efeiciência de Uso

O problema em relação a eficiência de uso está no fato de o menu serviços exigir rolagem vertical, como foi citado no item Heurística 2. No entanto, há pontos positivos como a identificação dos links estar adequada ao seu conteúdo e não haver rolagem horizontal da tela. Ainda, na página principal são apresentadas as notícias mais recentes, que abrem em uma janela adicional.

As notícias abrem em janela adicional


Heurística 5 - Prevenção de Erros

Não foram encontradas no site páginas "em construção" nem dados desatualizados. A comunicação de erros, porém, apresenta extensa linguagem técnica antes da mensagem.

Especificação do erro (grifo em laranja) vem abaixo da linguagem técnica.


Heurística 6 - Consistência

Os links nem sempre respeitam o padrão web. Considerando que o padrão web é feio, o problema prático dos links deste site é que eles nem sempre são suficientemente diferenciados do restante do texto, e não seguem um padrão específico.



Três formas diferentes de caracterizar links

Em outros casos, as cores e layout das páginas seguem o mesmo padrão, conforme orientação de Dias; bem como o destaque das palavras e trechos importantes está em conformidade com o texto da autora.


Heurística 7 - Compatibilidade com o Contexto

Com exceção do primeiro grupo de links (SANEP) no menu à esquerda, os grupos de links estão dispostos em ordem alfabética. Considerando que têm aproximadamente a mesma relevância, o problema se refere à localização do grupo Serviços, que exige uma rolagem para ser acessado (aspecto comentado nos itens Heurística 2 e Heurística 4); assim, a estrutura não está determinada pelas tarefas que os usuários podem realizar por meio do portal.

Guerrilheiros invadem a UCPel

Marketing de Guerrilha é o tema da palestra organizada por alunas da Comunicação Social

Na próxima segunda-feira (19 de maio) os alunos da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) poderão conhecer uma forma alternativa de divulgação. Publicitários da agência Mazah - Live Marketing, de Porto Alegre, vêm ao Campus II da UCPel falar sobre a prática e as experiências com marketing de guerrilha. A Mazah foi considerada Empresa de Promoção do Ano no Prêmio Colunistas Promoção. As inscrições para a palestra são gratuitas, exceto para quem quiser certificado (neste caso, o custo é de cinco reais).

O evento é o projeto experimental de duas alunas do curso de Publicidade e Propaganda. A intenção de Lorena Trápaga e Priscila Krolow é explicar o que é esse tipo de marketing. "Quando se fala em propaganda, as pessoas sempre pensam em televisão, anúncio no rádio", diz Trápaga.

Alexandre Godoy, responsável pelo planejamento e gerência de projetos da Mazah, diz que o atual estilo de vida do consumidor exige uma mudança de estratégia. "As opções, antes estanques (radio, tv, jornal, outdoor), hoje são multifragmentadas. O consumidor tem controle remoto na mão, anti-pop up no PC, dial na direção e uma crescente rejeição a propaganda." No marketing de guerrilha "tu fazes parte da mídia, porque sem o público ele não faz sentido", segundo Trápaga. Para ela, o fato de interagir com a mídia é marcante para o consumidor.

Embora ainda não seja um formato largamente utilizado, o primeiro registro do termo é de 1982, quando foi publicado o livro Marketing de Guerrilha. O autor, Jay Conrad Levinson, diz que pequenas empresas empreendedoras são diferentes de empresas grandes. Por isso - e pelo orçamento limitado - devem buscar outras formas de marketing, não-convencionais. Uma das características do marketing de guerrilha é o custo baixo. "É fácil ser criativo com custo alto", diz Trápaga.

Criatividade inversamente proporcional ao custo?

O publicitário Gabriel Klein concorda com Trápaga. "Quando não há verba, temos que usar da criatividade para aparecer. É muito fácil fazer propaganda quando se tem verba: atola-se a mídia e compra-se espaço em todos os lugares." E foi a falta de recursos que levou Klein a divulgar um dos curtas que dirigiu através de ações de guerrilha.

Em dezembro de 2006, quando ainda eram universitários, Klein e colegas do curso de Publicidade e Propaganda da Unisinos divulgaram o filme Machina Sapiens colando adesivos pela cidade.

O feedback da divulgação pôde ser notado através da Internet. As visitações ao blog do filme aumentaram depois das ações de guerrilha. Atualmente, o número de acessos ao curta no YouTube é de 4.869, e a comunidade do filme no Orkut tem 120 membros.

Divulgação adequada

No caso da palestra, não poderia ser diferente. Nada mais adequado que o próprio marketing de guerrilha para anunciar o evento aos alunos da Comunicação Social, que engloba os cursos de Publicidade e Propaganda, Jornalismo, Design de Moda e Produção Fonográfica.

Balões-surpresa marcaram a primeira ação utilizada para divulgar a palestra. Durante o intervalo, balões cheios de balas e flyers foram pendurados pelas salas de aula. Na lousa, a mensagem: "O que tem dentro do balão? Descubra..."

Os alunos, em algumas salas, tiveram receio em descobrir. Mas os mais curiosos responderam ao estímulo, estouraram o balão e distribuíram os flyers - e as balas - aos colegas.

Dia 19 de maio, os alunos poderão não apenas assistir à palestra, como também participar de um concurso. A proposta é criar uma ação de guerrilha para um cliente ainda não divulgado. O vencedor da competição ganha um estágio voluntário de um mês na Mazah - Live Marketing e pode ter sua criação executada pelo cliente. Todos os participantes do concurso ganham certificado.

Ainda falta guerrilha na academia

Assim como na divulgação da palestra sobre marketing de guerrilha, outros elementos curiosos têm sido distribuídos pelo Campus II da UCPel. Os cubos mágicos espalhados pelo prédio fazem parte da estratégia utilizada pelos alunos Júlio Quadrado, Mateus Costa e Tomás dos Passos, também do curso de Publicidade e Propaganda, para divulgar seu projeto, que só será revelado dia 16 de maio. "Optamos por uma mídia alternativa com o objetivo de despertar a curiosidade de outros comunicadores", diz Costa.

Embora estudantes utilizem ações de guerrilha para divulgar seus projetos, o tema ainda não é muito discutido na sala de aula. "As discussões sobre marketing de guerrilha praticamente não existem", diz Costa, que atribui o espaço que o assunto vem ganhando na universidade a iniciativas dos alunos.

Para Godoy, o motivo da ausência dessa discussão nada tem a ver com a "idade" da prática. "Quem diz que a guerrilha não está na academia porque ela é uma 'disciplina nova' está enganado. A questão é que a guerrilha sempre foi marginalizada enquanto as estratégias convencionais funcionaram." Para o publicitário, o estudo das ações de guerrilha na universidade pode fortalecer a prática, já que na sua opinião a faculdade não deve formar diretores de arte ou redatores, "ela tem que formar criativos."

Fotos: Karina Peres

Thursday, May 8, 2008

Eleições para diretório acadêmico movimentam o Campus II

A disputa acirrada pelo D.A. da Comunicação Social tem direito até a chapa de protesto

300 alunos da Comunicação Social da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) se dividiram entre duas chapas, que concorriam para representá-los durante o próximo ano. E essa divisão foi quase exata: a diferença de apenas 15 votos definiu a vitória da chapa Moviment[ação], reeleita na disputa pelo Diretório Acadêmico Wladimir Herzog.

Alunos comemoram a vitória da chapa Moviment[ação]

Independente da opção, era consenso que nunca havia ocorrido tamanha mobilização nas eleições para o D.A., inclusive dos alunos novatos. A chapa A Diferença é o que nos UNE (oposição) contou com grande envolvimento de alunos do segundo e terceiro semestres.

O diretor do Centro de Educação e Comunicação Social, Jairo Sanguiné, diz que a participação notável de alunos iniciantes "dificulta [para os alunos] terem noção", e aponta que houve propostas por parte das chapas sobre questões que não cabem ao diretório resolver. Mesmo assim, para Sanguiné foi "fundamental essa retomada não só do Movimento Estudantil, mas da própria manifestação dos estudantes, que representa a vontade dos alunos de participar nas decisões inerentes ao desenvolvimento dos cursos." O diretor diz estar orgulhoso da participação dos alunos da Comunicação Social, que compreende os cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Design de Moda e Produção Fonográfica.

FALHAS NA ORGANIZAÇÃO

O curto período entre o processo burocrático e a eleição propriamente dita prejudicou a organização das chapas. A chamada das eleições, feita pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), aconteceu cerca de um mês antes da data de votação.

"Não teve debate, não teve troca de idéia", critica o aluno do primeiro semestre de Publicidade e Propaganda, Pedro Ripoll. Para ele, a falta desses elementos possibilitou uma campanha baseada em imagem. "Não houve processo eleitoral."

Nesse sentido, Yuri Ramil concorda com Ripoll. "Os votos são mais na amizade, [os alunos] não estão sendo críticos", diz o estudante do segundo semestre.

PROTESTO

Por isso, Ramil e o colega Yuri Fonseca resolveram protestar. A partir de comentários informais na aula do dia 07 de maio, véspera da eleição, os estudantes idealizaram uma terceira chapa. Na tarde seguinte, a chapa 3 surgia formalmente.

Às 19h, horário de início da votação, Fonseca e Ramil já haviam conquistado adeptos. Colegas usavam adesivos e mostravam cartazes com a única proposta da chapa: "Beba os 500 reais". A referência é ao dinheiro que o D.A. tem em caixa, a ser gerido pela chapa vencedora.

Embora a intenção da chapa fosse "abrir os olhos" dos colegas, a idéia de Ramil e Fonseca não deixou de ser vista também como brincadeira, inclusive pelos simpatizantes. "Nós fizemos só uma proposta para poder cumpri-la", diz Alexandre Bittencourt, que ajudava a divulgar a causa. Manoel Franco, do quinto semestre, completa: "caso aconteça uma fatalidade e a gente ganhar, cumprimos a promessa e passamos o D.A. para outra chapa."

A fatalidade não aconteceu. A chapa 3 recebeu três votos, menos que o número de pessoas que a divulgava. A mais beneficiada pelo fato foi Alessa Rovere, vencedora do bolão que perguntava qual seria o número de votos para a chapa alternativa. Rovere pagou R$ 0,50 para dar o palpite, e ganhou R$ 13,00.

PROFESSOR NÃO VOTA, MAS OPINA

"Se tem caráter de sátira é válido, não pode é banalizar", diz Jairo Nogueira, que leciona a disciplina de Teorias Sociológicas. Nogueira - que também dá aula em outros cursos da UCPel - diz que o envolvimento percebido na Comunicação Social se destaca, mas o professor repreende o processo eleitoral: "tem de discutir mais as idéias, isso não aconteceu."

Apesar das falhas, o coordenador do curso de Publicidade e Propaganda Michael Kerr considera que o curso ganha com as eleições, porque "a chapa que vencer vai querer fazer um bom trabalho."


Fotos: Jandré Batista


Ouça as entrevistas com os integrantes da Gestão Moviment[ação]:
+ Entrevista com o coordenador de comunicação e eventos, Fabrício Garcia
+ Entrevista com o colaborador Pablo Lisboa

Liberdade para noticiar

Credibilidade do jornalismo open source ainda é questionável

O leitor escreve sua própria matéria, leva até o jornal - que nem sempre tem um editor para revisá-la - e em seguida tem seu texto publicado. Um segundo leitor discorda do texto e publica, da mesma forma que o primeiro, sua própria versão sobre o assunto.

Impossível? Na Internet, já há inúmeros sites que possibilitam essa lógica: basta enviar sua matéria para que ela esteja disponível inclusive para correção por parte de outras pessoas.

O processo batizado de Jornalismo Open Source caracteriza sites de diversas naturezas. No site coreano OhMyNews, por exemplo, pessoas de vários lugares enviam notícias sobre sua região, que são publicados assim que um editor os revisa. O americano Digg não tem editor, quem julga as matérias são os próprios usuários, votando nelas e assim formando um ranking.


Boca no trombone

Propondo rebater as notícias publicadas - ou não publicadas - nos veículos tradicionais, os Centros de Mídia Independente (CMIs) estão presentes em vários países para dar oportunidade aos leitores de dar a sua versão do fato.

O CMI Brasil se apresenta como uma "rede de produtores e produtoras independentes de mídia que busca oferecer ao público informação alternativa e crítica de qualidade." Considerando que a mídia empresarial muitas vezes "distorce os fatos", o site pretende oportunizar que pessoas comuns se manifestem, noticiando da sua forma os acontecimentos ou mesmo divulgando aquilo que os outros veículos ignoraram.

Reflexos

Em meio a essa onda de liberdade no jornalismo, os veículos acabaram se adaptando. A versão online de jornais comerciais oferece cada vez mais interatividade em seus sites, muitas vezes até publicando matérias de leitores.

É jornalismo?

A questão da credibilidade faz com que se pense na caracterização do open source. Em um país que se tem uma lei segundo a qual é necessário um diploma para exercer o jornalismo, pode-se chamar assim as publicações de pessoas das mais diversas áreas?

O site Notícias Linux, apesar de usar este modelo de publicação de notícias, diz que o open source não pode ser considerado jornalismo. Já para Luiza Penna, por ser "um noticiário feito pelas pessoas, para as pessoas, é possível alcançar credibilidade, identidade, reputação", da mesma forma que um veículo jornalístico tradicional.

Perigo

É de se desconfiar que, onde todos publicam o que querem, seja questionável a veracidade. Mas a experiência vem mostrando o oposto: jornais open source e blogs jornalísticos também têm credibilidade, e "escorregam" menos que os veículos comerciais.

A velocidade exigida dos meios online já oportunizou gafes de jornalistas, que na disputa pelo furo não checaram as informações. Nesse sentido, a Internet também está servindo para denunciar o descuido dos veículos de comunicação, o que acaba por fortalecer o open source.